O Formato

 

                                     1 - FORMA NO CANÁRIO GLOSTER

 

                     COMO CONSEGUIR A FORMA NOS GLOSTERS

 

     Este artigo é apenas uma descrição daquilo que é a minha opinião.

     Antes de fazer a seleção dos casais devemos ter muito em conta o fenótipo ideal do gloster, e isso consegue-se acompanhando os grandes criadores nas exposições ano após ano, e se possível visitar as suas instalações de modo a constactar se a percentagem de aves boas é elevada. No momento de comprar tente sempre ver os progenitores. É uma boa opção comprar sempre ao mesmo criador, e tentar sempre comprar do melhor que tenha para venda. Eu sempre que trago pássaros novos, os machos utilizo-os com três ou quatro fêmeas do meu canaril, deste modo damos ao macho mais possibilidades de que com alguma dessas fêmeas tire bons glosters.

     A compensação de defeitos deve ser feita com os nossos próprios glosters, pois desta forma temos a garantia que não alteramos o fenótipo do nosso canaril.

     Quanto aos progenitores, o ideal é que olhando-os desde todos os vértices nos dêem uma sensação de redondeza esquesita. Se for nevado x nevado têm que ter a plumagem muito suave e uma coloração muito brilhante. O consort tem que ter boas sobrancelhas, para poder melhorar as coroas.

     O corona tem que ter um ponto central bem definido e entre os olhos, e a plumagem deve ser longa, suave e brilhante sem tampar completamente os olhos e bico.

     A plumagem, a forma e o tamanho aumentam se utilizarmos continuamente nevado x nevado, por isso é aconselhável utilizar um intenso, quando vemos que a nevadura é excessiva, por exemplo, quando a plumagem da coroa está muito solta e tapa o bico, os flancos sobem até às costas, ou saem “fraldas” entre os músculos.

     Quanto a diminuir o tamanho, primeiro devemos ter um bom fenótipo de Glosters de tamanho mais pequeno possível e que as características restantes sejam boas. Para encurta-los mais, teríamos que utilizar um intenso, se possível do nosso próprio canaril, para não alterar o genótipo do canaril. Para utilizar um intenso temos que ter em conta que fenotipicamrente seja de qualidade, como um bom nevado, em corpo e cabeça, com boas sobrancelhas.

     Não existem truques, trata-se simplesmente de encontrar-mos bons glosters, e saber trabalhá-los, e se se consegue um bom fenótipo no canaril nunca devemos introduzir, pássaros de diferentes criadores, e no caso de o fazerem, eu pelo menos tento introduzir um bom macho sempre do mesmo criador, e junto-o com três das minhas fêmeas para ver se dá resultado, enquanto que os consorts, os melhores são os que procedem de boas coronas.
 
Texto de Julián Martín
Tradução: Filipe Brito

 

 

                                                   A FORMA CORRETA DA CABEÇA DOS GLOSTERS

                                

     Obter o tamanho e forma correcta da cabeça é muito importante, mas também é aconselhável assegurar-se que a nuca e pescoço também tenham a forma correcta uma vez que isto é hereditário e os defeitos nestes parâmetros vão ser transmitidos para todas as crias. Começando desde o bico, a cabeça deve estender-se até à parte posterior do pescoço e deve ser arredondada, a largura deve começar na parte superior do bico e gradualmente vai alargando sobre os olhos de forma a moldar e cair sobre o pescoço e a nuca. O pescoço deve elevar-se até se encontrar com a nuca de modo a formar um único bloco redondo e com energia, sem proeminências e sem se estreitar no bico. Este é o indicador da largura da cabeça, sendo esta maior quanto mais larga for sobre os olhos. Nos coronas, a coroa assenta sobre a cabeça e deve ser central e redonda em todos os seus pontos, com um centro bem definido, e deve ter uma queda uniforme por todo o círculo que forma. Na forma incorrecta surgem na corona várias penas para fora, nos lados ou na parte posterior e também nas laterais. Devemos de imaginar a cabeça e o pescoço como uma única forma onde uma envolve a outra. Nas seguintes fotos podem observar-se as características das cabeças, segundo o explicado anteriormente e com finalidade de conseguir a cabeça perfeita tanto em consorte como em coronas.

 

     Este consort tem uma agradável elevação na cabeça que se prolonga sobre o pescoço, amplitude na zona superior ao bico e umas sobrancelhas que moldam com a parte posterior da cabeça até aos ombros.

 

 

 

     Esta corona proporcionada e redonda em todos os seus pontos. A cabeça e os ombros também se unem muito bem. Não há defeitos na sua cabeça. Este pássaro ainda não acabou a muda e será ainda melhor quando termine. É este tipo de gloster que necessitamos, redondos, pequenos em todos os seus pontos, com uma boa cabeça e pescoço fundido com os ombros.

 

 

Este Artigo foi escrito por Mister Glenn Beach, Juiz IGBA

 

 

 

                                      O PEITO E O DORSO

   

     Em todas as raças a reformulação da perfeição deve-se em certa medida a uma série de coeficientes ou parâmetros, cuja seleção permite conseguir uma contínua e importante melhoria.

     É por isso que o peito e o dorso num Gloster são extremamente importantes na reformulação do standard, determinando uma seleção e melhoria constantes.

     Sabemos que o peito do Gloster deve ser redondo assim como sabemos que o dorso deve ser ligeiramente bombeado, mas para uma maior clareza é indispensável que seja inequívoco o que se entende por rotundidade do peito e por dorso bombeado.

     Geralmente a nossa visão do standard é uma visão que propõe, para simplificar o desenho do canário, um corte de perfil e uma vista de cima.

     É bem claro que a rotundidade do peito é determinada por uma linha contínua que partindo imediatamente abaixo do bico se estende de forma arredondada até à cauda, de igual modo o dorso é também representado por uma linha contínua, arredondada e convexa que parte do pescoço até à cauda.

     Para esclarecer este ponto servir-nos-emos de alguns desenhos e debruçar-nos-emos a analisar o que se entende por rotundidade do peito e dorso.

     Pretende-se, de uma imagem vista de cima, que para não criar equívocos será de boas características, seccionar a mesma silhueta, procurando modificar o que se refere ao seu volume.

     Chegados a este ponto podemos concluir que uma visão plana não mostra a ideia de tridimensionalidade.

     O que muda será evidentemente a imagem que ilustramos do canário no plano.

     Aquilo que analisamos nas três ( 3 ) figuras – mas é claro que a possibilidade intermédia é infinita – é um canário com um bom dorso e um peito escasso; um canário com um bom peito mas com falta de dorso; e, um canário bom na sua totalidade.

     Graças a estes desenhos exemplificativos é possível verificar como as várias secções se modificam e como é fácil para todos intuir qual será o mais desejável para um Gloster.

     O juízo de valor que valida um canário não deve limitar-se à sua observação frontal, mas deve ter em consideração as suas diversas posições para verificar que a rotundidade converge em todo o seu volume.

     É perceptível que a rotundidade é uma característica genética transmissível, mas não podemos negar que para além desta característica podem existir outras tais como graciosidade e posição.

     Um canário tranquilo exprime certamente melhor compacteza e, sentindo-se mais relaxado, assume uma posição de tranquilidade, contrariamente ao canário intranquilo que se alonga ou assume uma reacção de fuga.

     Um canário não é melhor só porque assume uma boa posição, mas certamente a tranquilidade na gaiola permite-lhe exprimir ao máximo os seus dotes.

     A tese evidenciando que para obter um sujeito redondo deverá sobretudo ter muita plumagem não é aceitável, uma boa estrutura física é determinante, porquanto permite trabalhar o cumprimento das penas finas e o excesso de plumas.