Seleção de Bons Casais

 

 

                       A SELEÇÃO DE BONS CASAIS (POR KEV STOAKES)

 

A seleção do casal, é sem dúvida, o factor mais preponderante no momento de criar Glosters de grande qualidade, a não ser que um pássaro tenha um gene dominante que contenha todas as características desejáveis. Posto que é muito improvável que um pássaro produza uma descendência perfeita, e dada a escassez destes pássaros, a selecção dos casais apropriados é de grande importância. Abordaremos alguns dos muitos factores que devem ser considerados na hora de seleccionarmos os casais.

 

A primeira consideração importante é o objetivo que pretendemos alcançar. É importante que tenhamos em conta as nossa preferências pessoais, não devemos criar glosters apenas para agradar os juízes, mas sim para nos satisfazer a nós próprios principalmente. Na minha opinião um bom glosters deve ser curto, com a parte posterior reta, corpo arredondado e com a cabeça redonda e circular. Deve possuir a postura correta, movimento alegre com boa profundidade de cor.

 

Conseguir isto não é tão fácil como possa parecer… conseguir alguns pássaros com algumas destas características fortes pode não ser difícil, mas criar pássaros com todas as características desejadas é mais complicado, e estes normalmente são os vencedores em qualquer exposição. A identificação dos rasgos familiares de cada gloster é muito útil. Os rasgos familiares de certos pássaros produzem, por sua vez, glosters com determinadas características. Algumas famílias produzem consorts muito bons enquanto que outros dão melhores coronas. Outras famílias produzem glosters com bom tipo, e outras produzem pássaros curtos com uma excelente qualidade de plumagem. É importante ter conhecimento destes traços familiares de cada família para usá-los em nosso benefício. De uma forma simples, um o pássaro de uma família que produz jovens com bom tipo poderia ser acasalado com um de uma família que produz boas coroas, com a esperança de que uma parte dos jovens tenham uma boa coroa e tipo.


Partindo deste pensamento, conseguiremos chegar um pouco mais longe. Um gloster com boa corona, que procede de uma família que dá pássaros com bom tipo, poderia ser acasalado com um pássaro com bom tipo, que por sua vez procede de uma família que dá gloster com boas coronas. Estas linhas de pensamento podem melhorar a possibilidade de produzir glosters de qualidade necessária para qualquer exposição. É evidente que esta linha de pensamento torna-se mais complexa à medida que se considerarem mais factores. Outra possibilidade, é acasalar em várias ocasiões pássaros que produzem determinadas características desejáveis com outros pássaros que também ofereçam as mesmas características. Deste modo aumentará a qualidade da característica desejada que procuramos. Os cruzamentos repetidos de nevado x nevado pode originar pássaros com bom tipo, mas a estrutura da pena pode tornar-se demasiado larga, Grossa, conduzindo mais tarde ao aparecimento de quistos nas penas. É prática comum nos criadores de Norwich acasalar nevado x intenso para controlar os problemas de plumagem mencionados anteriormente. Os criadores de glosters continuam utilizando os cruzamentos nevado x nevado, com a introdução de um intenso na 4º geração.

 

Portanto, é absolutamente importante a presença de intensos com boa qualidade de plumagem, principalmente para manter a qualidade da plumagem no nosso canaril. Alguns criadores de glosters utilizam os intensos de qualidade para acasala-los com os seus melhores nevados, para manter a qualidade da plumagem em anos posteriores. É necessário reconhecer as variações na estrutura da plumagem, acasalando pássaros com características de plumagens opostas. Por exemplo, plumagem curta x plumagem longa, plumagem levemente estreita x plumagem levemente larga, com o objectivo de produzir pássaros nivelados. O acasalamento de plumagens dura longa x dura longa é propensa a originar quistos, enquanto que plumagem suave longa x suave longa é susceptível que nos dê pássaros com bigodes debaixo dos olhos e penas levantadas debaixo da parte posterior do pescoço. Dentro deste plano de criação, temos ainda que ter em conta a variedade de cores que queremos introduzir: 3 partes escuras, variegados, azul, amarelos, um ou outro canela e fawns. A produção de algumas destas cores necessita de certa planificação prévia:

canela macho x verde produz em teoria 25% de fêmeas canelas, introduzindo um azul há 12,5% de probabilidade de produzir fawns. É muito importante a presença dos canelas uma vez que possuem boa profundidade de cor e bom tipo.

 

Da mesma forma que foi explicado que é importante acasalar pássaros com determinadas características para potencia-las, é extremamente importante que evitemos acasalar aves que tenham os mesmos defeitos, pois estes também se acentuarão.
 

 

Kev Stoakes (UK Gloster breeder and judge)