Principais Doenças e Sintomas das Aves

 

 

      Peito seco ou caquexia: Maior reclamação do publico leigo, não é uma doença e sim um sintoma, a principal característica é o emagrecimento rápido e a observação do osso esterno, possui causas variadas como: deficiência nutricional, doenças bacterianas, fungicas, parasitárias ou virais. É extremamente importante o diagnóstico preciso da causa deste sintoma, para um tratamento eficaz.

 

      Muda: é um estado fisiológico e cíclico das aves, ocorre perda do canto, diminuição do apetite e apatia. O período de muda varia por espécie e por individuo. Pode ocorrer falhas no período de muda, estas falhas podem ser corrigidas com suplementação adequada, as maiores falhas são: "muda encroada" (deficiência de iodo), "muda rala" (deficiência de vitaminas A, D, E e Cálcio), "muda constante" (deficiência de vitaminas e minerais).

 

      Hipovitaminoses: Sempre associada à má nutrição. Uma das causas do "peito seco", penas sem viço e eriçadas. As aves na natureza se favorecem da diversidade dos alimentos, em cativeiro não há variações, por isso, a importância da suplementação permanente.

 

     

      As maiores deficiências são:

     

      Vitamina A: cegueira noturna, crostas sobre os olhos, secreção nasal, lacrimejamento, colamento de pálpebras, lesões ulcerativas na boca. Canários frequentemente têm perda de penas ao redor dos olhos e do bico.

      Vitamina D: crescimento retardado, fraqueza, osso esterno em forma de "S",ovos finos ou sem casca, dificuldade de caminhar, fraturas espontâneas, queda na eclosão dos ovos e mau empenamento.

      Vitamina E: convulsões, baixa fertilidade, baixa libido e pouca resistência a doenças.

      Vitamina K: hemorragias pós-tratamentos com antibióticos.

      Vitamina B1: perda de apetite, perda de peso, penas arrepiadas, dificuldade de locomoção, paralisia da musculatura das pernas, asas e pescoço.

      Vitamina B2: crescimento retardado, dedo dos pés curvados, atrofia muscular, asas caídas e mortalidade de embrião.

      Vitamina B3: mau empenamento, penas quebradiças, diarreia acentuada, inflamação na língua, papo e esôfago.

      Vitamina B6: sintomas neurológicos.

      Vitamina B12: crescimento retardado, baixa eclosão, anemias e anomalias congênitas.

      Biotina: dermatites nos pés e bicos, ao redor dos olhos, deformação óssea, bicos tortos e formação de cistos de penas em canários.

      Ácido fólico: anemias, pernas tortas, falta de pigmentação nas penas, deformidade no bico e pernas dos embriões, prejudicando a eclosão.

      Pevide: Crosta que se forma na extremidade da língua, associada à Hipovitaminose em A e/ou Verminose. O pássaro abre e fecha o bico constantemente e tem dificuldade de se alimentar. Esta crosta pode ser removida fisicamente através de uma pinça por um Medico Veterinário.

      Doenças Fúngicas: Comuns em criatórios úmidos, as aves emagrecem rapidamente, a contaminação de faz de forma acelerada, é de difícil diagnóstico e alta mortalidade.

      Rouquidão ou Singamose: causada por um parasita chamado Syngamus Trachea, este parasita se instala na traquéia fazendo com que a ave ao emitir som pareça roca. Muitas vezes tratado de forma errônea como doença bacteriana.

      Doenças respiratórias: podem ser de origem bacteriana, fúngica ou viral. Evitar exposição das aves a ventilação direta, grandes alterações climáticas e fazer quarentena nos animais novos.

      Doenças dermatológicas: Origem fúngica, bacteriana, viral ou parasitária. Na maioria dos casos, relacionadas à higiene de gaiolas.

       Doenças Virais: Rápida contaminação, baixa mortalidade. Necessária a quarentena dos animais novos.

      Intoxicações: bem comuns na clinica veterinária, de várias origens, as mais comuns são por causa de agentes químicos (tinta de jornal, verniz de gaiola) e alimentar.

      Fraturas: Comuns em contenções erradas e gaiolas com malhas impróprias para espécie.

      Tumores: Rara ocorrência. Maior observação em exemplares frutos de cruzamentos consangüíneos.

      Coccidiose: causada por parasita protozoário do gênero Eimeria e do Gênero Isospora. A transmissão é feita através da ingestão da forma infectante, o oocisto.

      Os sintomas mais comuns dependem do tipo de coccídia e sua localização no intestino dos pássaros, emagrecimento, caquexia (peito seco), despigmentação da pele, diarréia hemorrágica, depressão (ficam quietas, param de cantar), dor abdominal, respiração acelerada, fezes com muco, dificuldades no processo de muda, e diminuição reprodutiva considerável, alta mortalidade de filhotes.

      A prevenção deve ser feita, pois em grandes criações o risco é maior, e em viveiros grandes também, visto que a limpeza e a desinfecção é mais complicada. O ideal é a realização de exames preventivos, principalmente antes dos períodos de reprodução e uma rotina de limpeza de preferência com produtos com amônia quartenária (Herbalvet TA), adequada nas gaiolas, viveiros e etc.

      

                           Doenças

                                     

                                                    Ácaros, piolhos e o uso da Ivermectina

 

Os ectoparasitas, nas aves, se subdividem em dois grandes grupos de importância: piolhos e sarnas. E os carrapatos?! Também pertence aos ácaros, mas para nós aqui hoje em pássaros não possui muita importância. Esses piolhos e ácaros são subdivididos em chupadores (sangue) ou mastigadores (pena).

Sabendo-se disso vamos entender como funciona a ivermectina. Esta deve ser absorvida pelo organismo seja de forma tópica, oral ou outra via e ser metabolizada no fígado tornando-se ativa. Ela age efetivamente causando uma "paralisia muscular" do parasita e este acaba morrendo de inanição na maioria das vezes. Então já cai a primeira lenda: não adianta usar ivermectina direto em cima do parasita em questão, pois tem que ser metabolizado no fígado da ave.

A segunda lenda é que, como a maioria dos ectoparasitas nas aves são mastigadores, o produto não fará efeito pois a ave esta comendo penas e o não terá contato com o produto. Então meus amigos usar ivermectina e ainda mais de forma indiscriminada para ectoparasitas há grandes chances de errar. E por outro lado vermifugar a ave com o produto vocês já viram na edição passada que é desperdício de tempo e dinheiro.


                   Vejo milhares de pessoas usando 1 gotinha de ivermectina na coxa ou no bico ou o que é pior, veterinários repetindo e propagando o erro em suas consultas dizendo que estão vermifugando a ave ou que é profilaxia para piolhos... e o pior que as pessoas acreditam e chega ao ponto da pessoa falar que você não vermifugou a ave dela na consulta... putz aí é o fim da picada aí essa pessoa merece ganhar a coletânea da Revista Pássaros para ler e fazer uma lavagem cerebral de conhecimento.

                  
                 Hoje existem produtos veterinários a base de ivermectina que possui as suas indicações, mas vejo tanta pessoa usar errado aí depois reclama que intoxicou ou que o produto é ruim. O problema está quando e onde usar. Essa é a grande questão. O exemplo clássico é sempre assim: minha ave está se coçando e já usei 1 gotinha na coxa e já usei o produto veterinário e ela continua se coçando e arrancando penas.
 

                   A resposta é simples: usar gotinha na coxa não é dosagem e nem terapêutica, isso é curandeirismo e não medicina veterinária preventiva. Segunda: mesmo que tenha usado o medicamento veterinário indicado para aves, registrado tudo certinho, com certeza fez subdosagem. O produto é claro, é 1 gota para 5g de peso da ave. A pessoa quer fazer 3 gotas num Trinca Ferro... aí fica difícil. No mínimo ele vai pesar 70g, o que daria 14 gotas do produto em contato direto com a pele. Outro erro: muita gente não afasta as penas para administrar o produto corretamente. O produto é bom, mas não sabem usar. E por fim, se você fez tudo certo ficará triste agora: a ivermectina não possui ação sobre ectoparasitas malófagos (mastigadores)... ahhh... que triste... eu sei é um choque para todas as pessoas.
 

                  Ahh... antes que me esqueça, usar spray mata barata para acabar com piolhos também é pajelança e das brabas mesmo. Eu não sei o que leva uma pessoa a usar um produto que mata barata na sua ave de estimação! Podia usar na cabeça do filho também né!? Depois dessa proponho ate uma pausa para retomar o ar...

                  
                   Aí sua ave continua se coçando; daí já evolui para automutilação e piora tudo. Outro exemplo é a ave que coça o olho no poleiro. Com quase toda certeza está com sarna. "... Mas o Dr. lá falou que era conjuntivite no meu curió". Pode até ser, mas a causa primária foi pela sarna. Os sinais são claros: irritabilidade, coceira, emagrecimento, etc.
 
 
                     Quando falo muitas vezes para a pessoa que a ave possui piolho ou ácaro ela tira o poleiro e bate no papel branco. Todos já fizeram isso. Todos querem ver o danadinho! Mas neste caso de bater o poleiro só vera piolhos vermelhos que chupam sangue das aves. Nesse sim, a ivermectina fará efeito, assim como nos ácaros que parasitam as vias aéreas principalmente de canários. Mas nem tudo é isso e muitas vezes devem ter uma Micoplasmose associada e cura não é total. Não é tão difícil de uma ave possuir piolhos vermelhos, mas é mais comum quando tem ninho e podem levar a morte rapidamente os filhotinhos.


                   Então Dr. Felipe, qual o melhor produto ou o mais indicado para esses piolhos ou ácaros que mastigam penas. Logicamente tem que ser um produto por contato. Que mate o ectoparasita quando entra em contato diretamente. Temos hoje produtos em pó ou líquidos. Eu particularmente não uso os produtos em pó pelo risco da ave esfregar o olho nas penas e ingestão do produto. Além do mais você fazer na clinica é uma coisa. A pessoa fazer em casa é totalmente diferente. A pessoa não consegue manusear a calopsita tão bem quanto você e ainda mais colocar produto em pó?! Com certeza vai uma pitada no olho.
 

                Eu prefiro os produtos líquidos, pois além de penetrar facilmente as penas e encharcar rapidamente a ave pode pegar nas mucosas que nada irá acontecer com a ave. Irritabilidade são raras pelo produto. O detalhe é fazer isso em dias quentes e secar a sombra ou ao sol dependendo do produto. Hoje existem produtos naturais muito bons, porém estes devem ser feitos por mais tempo e em intervalos menores de administração. E jamais esquecer que dependendo da espécie mais de 90% dos ectoparasitas está nas instalações do criadouro e gaiola, outro erro crucial.
      

                        Toda ave é susceptível a piolhos e ácaros. A melhor maneira de evitar é profilaxia e controle. As mesmas coisas que comentamos sempre: quarentena de aves novas; exames rotineiros e ter um acompanhamento de um profissional especializado.

 
 
Dr Felipe Bath, veterinário especializado em pássaros

 

                                                    CONCLUSÃO

  1. Uso da ivermectina não é eficiente para todos os ectoparasitas, mas somente para os chupadores. Então para tratamento de piolhos ou ácaros que mastigam penas, é recomensado usar outro produto, como Kill Red
  2. O uso mais recomendado da ivermectina é para ácaros na traquéia e piolhos vemelho chupadores de sangue.
  3. O meio de aplicação correta é por contato com a pele, baseado na posologia indicada na bula.
  4. A forma mais indicada para administrar ivermectina nos pássaros é através do Allax, cuja posologia é 1 gota a cada 5 gramas de peso vivo, aplicado na parte de trás do pescoço, por baixo das penas (na pele).
  5. Portanto não é recomensado usar Ivomec pra gado ou ovinos, pelo risco da superdosagem.

                                                    

                                                      

                                                       

 

                                                      ÁCARO DA TRÁQUEIA - O FANTASMA DOS CRIADORES

 

 
 

Nomes estranhos como Sternostoma tracheacolum, mais comum, Cytodites nodus ou Psittanyssua e mais uns 30 nomes esquisitos como estes, não assustam tanto o criador de canários quanto ouvir o simples apelido "ácaro de traquéia". Estes são alguns dos tipos desse verdadeiro fantasma para os canaricultores do Brasil e do mundo.

O ácaro de traquéia encontra-se no meio ambiente, alimentando-se de detritos e poeira. Instala-se oportunamente nas vias respiratórias das aves, podendo atacar a traquéia, sacos aéreos, pulmões e até mesmo ossos pneumáticos. Esses ácaros provocam lesões inflamatórias no trato respiratório, provocando irritação e perda da "voz", e em casos extremos pode ocorrer morte por asfixia devido a alta infestação.


O tratamento de eleição para controlar esses ácaros é o uso da ivermectina, administrada de 15 em 15 dias até sanar o problema. Tomar cuidado com a época de aplicação e período de recesso na reprodução, para sucesso no tratamento.

Esses períodos devem ser analisados e determinados pelo veterinário responsável pelo plantel, de acordo com a espécie, condições nutricionais e fisiológicas da ave.

Ao se necropsiar uma ave parasitada por ácaros, encontra-se um quadro de intensa irritação do trato respiratório (pontinhos pretos) desde a traquéia até os pulmões. Essa irritação provoca dificuldade respiratória, queda no sistema imunológico e uma conseqüente instalação de patologias, secundárias (Mycoplasma, bactérias, vírus, fungos) que geralmente são a causa das mortes nas aves. Muitas vezes, mesmo matando o ácaro, as cicatrizes das lesões não permitem uma total recuperação da "voz", e em outros casos não se observam seqüelas.

Levando-se em conta a grande extensão do sistema respiratório das aves, a cronificação dessas infecções secundárias pode tornar-se um problema de difícil solução por atingir os sacos aéreos que estão distribuídos por todo corpo. É fundamental que o veterinário diagnostique e trate essas infecções para evitar a morte do animal.

Esse é o maior erro de todos os criadores, achar que o ácaro é um problema isolado enquanto ele apenas abre portas para infecções mais sérias. A ivermectina apenas mata o ácaro, enquanto a infecção secundária deve receber a terapia específica.

Qualquer terapia não deixa de ser mais um estresse para o animal, de onde devemos concluir que a prevenção continua sendo a melhor via de sucesso na criação. Isto não significa o uso de medicamentos para a prevenção que é praticamente um crime, e sim, cuidados de manejo como alimentação balanceada e contínua (sem mudanças bruscas), ausência de correntes de vento, evitar levantar poeira no criadouro (varrições) e outras formas de estresse conhecidas pelo criador.



Com uma prevenção cuidadosa e a detecção imediata das mais discretas alterações, o fantasma torna-se o que na verdade sempre foi :   NADA.

 

Rodrigo Silva Miguel
médico veterinário (CRMV SP 10.552)
Criador de Aves Ornamentais
 


                                             

                                                      OVO PRESO
 

Esta é uma doença fisiológica que afecta as fêmeas. Todas as épocas existem criadores que se queixam de perder fêmeas com ovos presos ou atravessados. A causa disto é quase sempre reprodutores em má condição física aliada a uma falta de cálcio na fêmea devido a posturas demasiado intensas.

A hipocalcémia (falta de cálcio no sangue) surge facilmente quando a fêmea tem de ir buscar e mobilizar as reservas de cálcio nos ossos para a formação da casca do ovo. Quando mantidas em gaiolas as aves devem ter sempre disponível um bloco de minerais ou então concha de choco. Isto e luz solar directa são geralmente meio caminho andado para evitar perder fêmeas deste modo.

Mesmo assim quando notamos que uma fêmea em postura está em dificuldades, se aninha no ninho encolhida e está pouco activa podemos recorrer a um remédio muito eficaz que consiste numa solução de Cálcio líquido a 10% (que podemos adquirir na farmácia), 1 colher de café de açucar (ou glucose) duas gotas de AD3EC e uma gota de colina para 50ml de água (um bebedouro normal). Esta mistura aplicada no bico da fêmea e colocar esta num local aquecido durante algum tempo produz geralmente resultados imediatos, pois a mistura de Cálcio com a vitamina D3 e açúcar é rapidamente absorvida repondo os níveis normais no sangue e facilitando a contração muscular para que o ovo saia.

Quem tiver problemas em encontrar cálcio líquido pode usar cálcio em pó dissolvido na água, o que se arranja facilmente raspando uma concha de choco para dentro de um bebedouro. Quase sempre dá bons resultados e em casos menos graves se colocarmos a fêmea logo no ninho dentro de pouco minutos o ovo está posto e o assunto resolvido. É um bom método continuar a fornecer cálcio na água de bebida durante mais 2 a 3 dias. Nestas situações a fêmea pára de pôr geralmente por uns dois dias, o que não é de estranhar, devemos mesmo fazer com que esta pare de pôr separando o casal ou tirando os ninhos pois puxar mais pela fêmea enfraquecida não trará bons resultados.

 

Sugestão:

Eu já tive esse problema com algumas canárias, deixo aqui a minha sugestão, resolvo de uma maneira prática e barata, guardo as cascas dos ovos cozidos, lavo-as e deixo secar bem, trituro em um mixer ou liquidificador até ficarem como uma farinhada, sirvo sempre as femeas antes de acasalar e mesmo durante a criação em um comedouro separado tipo porta ovo, podendo ser adicionado também diretamente nas papas ou farinhadas...

 


                                                        

                                                  ALGUMAS DAS DOENÇAS MAIS COMUNS

 

Ácaros:
Geralmente, os ácaros aparecem ao adquirir novas aves ou em aviários livres devido ao contacto com aves silvestres. As aves afetadas com ácaros, ficam inquietas, mexem nas penas e mostram uma debilidade geral.

Tratamento:
Consiste na utilização de inseticidas próprios para aves. Manter a ave durante alguns dias numa gaiola limpa e desinfetada. Pulverizar a gaiola ou os aviários com inseticidas, deixar atuar durante alguns dias e lavar tudo.

 

Anemia:
Ave com bico e pele muito pálido e descorado, tem falta de apetite e apresenta emagrecimento.

Causas:
Falta de glóbulos vermelhos provocada por uma deficiente alimentação, carências de vitaminas, por contágio de algum parasita, ou por falta de espaço.

Tratamento: acrescentar à dieta papa de ovo, verduras e um complexo vitamínico.

 

Artrite:
Detecta-se por um inchaço nas articulações, particularmente nas asas e patas, estando a ave constantemente no fundo da gaiola.

Causas:
Hereditariedade, aviário úmido ou deficiente alimentação.

Tratamento:
Lavar as zonas afetadas com um desinfetante próprio diluído em água e aplicar uma pomada adequada. Fornecer verduras.

 

Asma:
Dificuldade respiratória, muito cansaço com pouco esforço, bebe muita água e falta progressiva do apetite.

Causas:
Corrente de ar, higiene das instalações, sementes de fraca qualidade e canaril muito úmido.

Tratamento:
Fármaco adequado, espaço suficiente para a ave se exercitar, colocar a ave na (gaiola hospital), retirar sementes gordas e dar vegetais.

 

Bronquite:
Perda de apetite, narinas obstruídas, bico aberto, rouquidão, a ave agitada e não canta.

Causas:
Correntes de ar, fraca renovação do ar, alterações bruscas de temperatura.

Tratamento:
Isolar a ave na (gaiola hospital) à temperatura de 30º, administrar antibióticos e vitaminas A e D.

 

Coccídeos:
Ave com penas arrepiadas, sonolenta, sem apetite, diarreia de coloração desde o esbranquiçado ao vermelho, fraqueza, pele pálida, magreza e problemas na reprodução.

Tratamento:
Administrar medicamentos adequados a esta enfermidade, adicionados à papa ou na água. Existem nas casas da especialidade, vários produtos para prevenir e curar a coccídeos.

Prevenção:
Os coccídeos está diretamente relacionada com cuidados gerais de higiene, alimentação bem pensada, água limpa e mudada diariamente, manejo adequado ao tipo de criação, isolamento das aves doentes, realização de exames pelo Veterinário no caso de mortalidade acentuada.

 

Colibacilose:

Causas:
Doenças provocadas por um agente bacteriano com variantes, umas sem causar males maiores, convivendo pacificamente no intestino da ave e outras pelo contrário são patogénicas e resistentes a antibióticos.

Os sintomas tanto nos jovens como nos adultos manifestam-se por uma diarreia frequente e de cheiro intenso. As penas das fêmeas podem-se apresentar molhadas pela diarreia das crias, morte destas entre o 4º e 10º dia de vida.

Tratamento:
Utilizar antibióticos adequados à doença com duração média de 10 dias, sendo que devemos complementa-lo com um bom complexo vitamínico após esse período.

 

Diarréia:
Evacuação constantemente com fezes líquidas.

Abdómen apresenta cor avermelhada.

Causas:
Fraca higiene no canaril e alimentação imprópria.

Tratamento:
Isolamento da ave na (gaiola hospital) e administrar um antibiótico adequado à base de Terramicina ou Aureomicina. Dar vitamina C e retirar todas as verduras e sementes negras ficando a ave só a comer alpiste até o seu restabelecimento total.

 

Muda anormal:
Mudança das penas fora de época, irregularidade na formação das mesmas com quedas frequentes.

Causas:
Mudanças bruscas de temperatura, excesso de calor ou frio, local muito húmido ou muito seco, correntes de ar, mudança de alimentação, Stress, baixa luminosidade durante o dia, excesso de luminosidade artificial.

Tratamento:
Administrar diariamente uma papa de boa qualidade enriquecida com vitaminas e minerais.

 

Proventriculite:
Inflamação do papo causada por fungos, é encontrada com grande facilidade nos canários de cativeiro muito povoados e com grandes défices de higiene, provocando uma altíssima mortalidade nos jovens, em torno de 100%, normalmente entre 8 e o 9 dia de vida.

Tratamento:
Acompanhamento veterinário para a escolha do melhor medicamento e sua toxicidade.

Os adultos não apresentam sintomas.

O Proventrículo apresenta-se cheio de alimentos não digeridos, na mucosa interna do órgão, uma secreção esbranquiçada que normalmente se encontra contaminada por infeções secundárias bacterianas.

 

Salmonelose:
A Salmonelose é provocada por um grupo de numerosas espécies de bactérias que atingem todas as aves, principalmente os pisiformes.

Não existem sintomas específicos sendo alguns manifestados por asas caídas, olhos semifechados e uma dificuldade respiratória.

Os jovens atingidos apresentam o abdómen inflamado, fezes de cheiro intenso e líquidas e por vezes aderentes à cloaca.

A doença é mais comum nos adultos.

Na forma aguda, a morte pode ocorrer de 1º a 4º dia. Fezes diarreicas e esbranquiçadas.

Tratamento:
Higiene do criador e desinfeção da ambiente muito rígida, pois, trata-se de uma doença comum ao homem e ao animal.

Em animais mortos observa-se muitas lesões nos pulmões, rins, fígado., etc.

 

Stress:
Ave assustada, sonolenta, abatida devido a alimentação imprópria ou excesso de antibióticos.

Causas:
Sustos, barulhos repentinos no canaril, etc.

Tratamento: administrar vitaminas e eliminar os barulhos, as causas da fadiga, a deficiente alimentação, as mudanças de temperaturas e o excesso de parasitas.

 

                                                    

                                                    PIOLHOS - UMA PRAGA A SER EXTERMINADA



Umas das grandes preocupações dos criadores de aves são sem sombra de dúvida os piolhos, que nos transtornam principalmente na época de criações.

As três principais espécies e as que mais incómodos e danos provocam são:

Piolho do interior das penas
 (Picobia Bipectinata)

Piolho da Pluma
 (Amalga Posrinus)

Piolho Vermelho
 (Dermanyssus gallinae)

As duas primeiras espécies alimentam-se de descamações da pele e das penas das aves, só pontualmente chupam sangue, estas duas espécies são consideradas um problema efetivo se multiplicarem de forma descontrolada.

O piolho vermelho é o mais perigoso dos três dado que é hematófago, ou seja alimenta-se de sangue.

Este piolho atacando de uma forma continuada pode levar as aves a um estado de debilidade tal que provoca a sua morte, principalmente as pequenas aves jovens que se encontram no ninho sem qualquer defesa.

 

Como detectar presença de piolhos

A ave infectada de piolhos, mostra-se muito inquieta e agitada, e tenta de todos os modos livra-se do parasita, quer através de banhos no bebedouro quer picando-se constantemente, o que vai provocar um estado menos bom da plumagem, todos estes esforços contínuos vão provocar um enfraquecimento das aves, inclusivamente poderá acontecer que os machos deixem de cantar.

 

Piolho das penas

Pelo simples exame da ave detecta-se este piolho, basta estender a asa da ave infecta da, e observá-la a contraluz, vai notar-se uns pequenos pontos que se deslocam rapidamente ao longo das rémiges e retrizes.

Piolho dos barbados

Vive preferencialmente nos barbados das penas, e também com um exame cuidado se pode detectar este parasita.

Piolho Vermelho

Este piolho não vive na ave, sendo um animal noturno só ataca as nossas aves durante a noite, estando escondido durante o dia, nos mais diversos locais:

- Poleiros Ocos
- Ninhos
- Frestas das gaiolas
- Matérias de tecido.

Inclusivamente podem estar escondidos a distâncias consideráveis das gaiolas que irão atacar durante a noite.

Esta espécie quando não controlada vive em colónias de milhares de indivíduos.

 

Modo de Combate

Atualmente existem no mercado vários produtos indicados para o combate destes parasitas, podendo estes apresentar-se em spray ou em pó.

É importante a quando da escolha do produto para combate dos parasitas, verificar-mos se é específico para aves e devemos sempre proceder conforme as indicações, para não provocarmos intoxicações, às aves.

Julgo também ser importante que quando se fizer a desinfeção da gaiola retirar comedouro se bebedouros, para termos a certeza de não vamos contaminar os alimentos.

Para combater esta praga, devemos proceder à desinfeção directa da ave e à desinfecção das instalações onde podera estar a colônia de piolho.

 

Desinfecção direta

Pegar na ave cuidadosamente e desinfeta-la conforme indicação dada nos produtos.

Contudo quem tem um plantel elevado é um pouco complicado desinfetar ave por ave , neste caso aconselho a utilização de um spray direcionado diretamente às aves, tendo o cuidado de evitar a zona dos olhos.
 

Muitos criadores utilizam com sucesso o SBP a base se agua diretamente no passaro em pequena quantidade de modo que não se atinja a cabeça do mesmo.


Para o combate desta praga:

-Pulverizar os passaros, gaiolas, comedouro e poleiros com um burrifador com um pó chamado KILL RED diluído em agua na medida de meia colher de chá para 2 litros de agua.

- Desinfecção direta com Parapectina uma gota por ave no dorso

- No ninho com spray inseticida

- E desinfecção das instalações

 

 

 

                                                    PIVITE

 

 

        A maioria dos Trincas Ferro que atendo na clínica possuem pivite o que com certeza é uma notícia trágica. Sei que magoarei a opinião de muitos coleg...as e profissionais do ramo com a minha revelação, mas pivite nada mais é do que um espessamento da ponta da língua do pássaro (trinca ferro, sabia, melro, etc) em decorrência de uma alimentação inapropriada por um período de tempo.

      Aí vem a pergunta: então não é um verme ou deficiência de vitamina A?! Diferentemente do que vocês observam em suas pesquisas pela Internet, infelizmente essa patologia em nada tem haver com verminose. Já aprendemos aqui que singamose é a doença causada por nematóide chamado Syngamus trachea e que não parasita a língua da ave. E a deficiência de vitamina A se manifesta de outra forma criando pseudomembranas na orofaringe da ave, dentre outros sintomas como um pinga pinga de penas ou ainda um bico defeituoso. Já perceberam que curió e bicudo raramente possuem pivite?! A deficiência de vitamina A deveria ser para todos né?! E a alimentação é muito mais pobre em nutrientes. Bicudo e curió na natureza comem sementes, a conformação do bico deles foi feita para isso, diferente de Trinca Ferro ou Sabia, por exemplo.

      E por que minha ave tem pivite?! Você deve rever os conceitos alimentares dela. Vocês sabem o que um Trinca Ferro come na natureza?! Ele come insetos, frutas e folhas em sua grande maioria. Aí queremos colocar uma mistura de sementes, rações industrializadas e tal e onde entra as frutas, verduras e legumes?! Também não estou dizendo que ração ou mistura de sementes é ruim apenas devemos buscar um equilíbrio sensato e buscar nos aproximarmos o mais próximo da realidade encontrada no habitat de cada espécie. Isso não é só para evitar a formação de pivite, mas o surgimento da maioria dos problemas em cativeiro como hepatopatias, calosidades.. mas isso é uma outra longa história.

      E como saber se meu pássaro possui pivite?! Alguns sintomas são bem característicos. Passar a língua no bico a todo o momento, estalar o bico, bater o bico no poleiro e o principal colocar comida na água para que fique macia, principalmente ração comercial. Se sua ave faz um ou mais desses sinais provavelmente ela está com pivite. Mas não confundam pivite com sinusite e muda de bico, ok. Na sinusite a ave normalmente espirra e tem secreção nasal.

      Vejo de tudo nos Fóruns de pássaros na Internet; a ultima foi o uso de nistatina (antifúngico) para acabar com a pivite. O uso de nistatina que é um antifúngico de contato, ou seja, não é absorvido pelo organismo jamais deve ser feito na água de beber e só vai deixar sua ave propensa a ter infecção bacteriana e em nada vai resolver a pivite. Essa da nistatina foi ótima mesmo.. A única opção é a remoção cirúrgica da pivite, mas também não é para arrancar a língua do animal; já vi muitos pássaros sem parte da língua e é horrível de se ver. A remoção é feita com uma pinça e tesoura; é bem simples e fácil e só exige um pouco de treinamento. Na duvida procure o seu médico veterinário especializado de confiança, ok.

 

Texto extraído do facebook de Felipe Bath