Formação dos Casais

 

                                                    SELEÇÃO DE REPRODUTORES E FORMAÇÃO DOS CASAIS

 

 

     Um dos pontos mais difíceis na criação de uma qualquer ave chega no momento de selecionar os reprodutores.

 

     Qualquer seleção errônea pode fazer-nos retroceder vários passos atrás na nossa linha de seleção. Esta pode ser uma tarefa que dá muitas dores de cabeça a muitos criadores desta raça e apenas aqueles que verdadeiramente a trabalham podem ter a tarefa mais facilitada no momento de seleccionar, uma vez que quase todos os seus exemplares procedem do seu canaril e por conseguinte sabem, quase de antemão, aquilo que pode resultar de cada exemplar. Para aqueles que ainda não têm uma linha estabilizada (como é o meu caso) acaba por ser um jogo de apostas, mas sempre tendo em conta algumas noções básicas de acasalamento, as quais tentarei explicar.

 

     Um conceito fundamental é, antes de iniciar, saber aquilo que temos, o que queremos e onde queremos chegar com o gloster. Devemos ter uma imagem mental do fenótipo ideal do gloster (extrutura externa do gloster, o que vemos por fora quando observamos um pássaro). Saber que tipo de gloster queremos. Atualmente não existe tanta controvérsia como à escassos anos atrás. Quase todos os criadores tem uma ideia comum do gloster ideal, apesar de haver quem procure mais volume, outros preferem pássaros pequenos, outros que procuram “bolas de tênis”…enfim, cada um tem as suas preferências.

 

     Depois de sabermos aquilo que queremos obter devemos escolher os reprodutores que mais se assemelham e esse fenótipo, e quanto menores forem as falhas nos fenótipos melhor. No caso de existirem falhas em alguma parte do corpo devemos utilizar o método de compensação na escolha do casal, ou seja, que um tenha em virtude aquilo que o outro não tem, e se essa virtude for exagerada melhor ainda. Em genética rege a lei da compensação.

 

     Muitos dirão que não será bem assim, claro que não, existem muitos outros fatores a ter em conta, mas este ponto é a base no momento de selecionar.

 

     Quando nos encontramos perante alguns desses erros no exemplar devemos saber se são hereditários para a descendência ou se pelo contrário não passam geneticamente. Torna-se um pouco difícil de explicar. Existe por exemplo factores como a parte ossea, que pode ser trabalhada atraves da compensação. Uma cabeça pequena pode ser trabalhada com uma grande ou mesmo exagerada para dar crânios mas ajustados ao nosso ideal. Com o tamanho ocorre algo semelhante. Depois existem outros elementos de selecção como a plumagem.

 

     Este é um dos fatores imprescindíveis e por sua vez o mais difícil no gloster. A plumagem é o manto que recobre o gloster, o que dá a forma característica a este canario, que o moldea, que o faz parecer maior, mais pequeno, mais volumoso ou mais estreito…muitas coisas.

 

     Trabalhar a plumagem é o factor mais importante e para isso devemos de ter algumas noções claras.

 

     Começaremos sempre por trabalhar com a plumagem base. Esta é a verde, a principal em todas as cores de plumagens, ja que é a mais trabalhada e a que pelos seus elementos, características e textura poderemos introduzir em qualquer cor. Todos os bons criadores de Glosters têm esta cor de plumagem. Existem três categorias tal como todas as aves ornamentais: intenso, nevado, e mosaico (esta última não se dá em todas as raças, já que é devida a uma mutação). Teremos assim dois tipos de pena: pena larga e curta, distinguindo-se cada uma em suave ou dura quanto à textura. À cerca deste assunto poderia-se e deveria-se escrever um livro. De momento apenas serão mencionados alguns conceitos, para que todos possamos asimilar bem (refiro-me aos novatos neste mundo).

 

     Uma vez dito tudo isto tentaremos juntar sempre exemplares compensatórios, ou seja, o que falta a um é compensado pelo outro, conseguido-se assim exemplares intermediários com os quais é possível ir trabalhando ou manter o que de bom conseguimos.


     Quanto à cor da plumagem, será assunto para outra ocasião, já que é um assunto complicado que poderá embaralhar ainda mais os leitores.

 

     Seguem-se exemplos de compensação na seleção de dois casais de reprodutores, pertencendo os exemplares a um magnífico criador da raça, Rene Alssema.

 
 
Casal n.º 1 (o macho corresponde à primeira foto)
 


 

Casal n.º 2 (o macho corresponde à primeria foto)
 


 

 

 

 

 

                                                   A SELEÇÃO DE BONS CASAIS (POR KEV STOAKES)

 

 
 

     A seleção do casal, é sem dúvida, o factor mais preponderante no momento de criar Glosters de grande qualidade, a não ser que um pássaro tenha um gene dominante que contenha todas as características desejáveis. Posto que é muito improvável que um pássaro produza uma descendência perfeita, e dada a escassez destes pássaros, a seleção dos casais apropriados é de grande importância. Abordaremos alguns dos muitos fatores que devem ser considerados na hora de selecionarmos os casais.

 

 

     A primeira consideração importante é o objectivo que pretendemos alcançar. É importante que tenhamos em conta as nossa preferências pessoais, não devemos criar glosters apenas para agradar os juízes, mas sim para nos satisfazer a nós próprios principalmente. Na minha opinião um bom glosters deve ser curto, com a parte posterior recta, corpo arredondado e com a cabeça redonda e circular. Deve possuir a postura correta, movimento alegre com boa profundidade de cor.

 

 

     Conseguir isto não é tão fácil como possa parecer… conseguir alguns pássaros com algumas destas características fortes pode não ser difícil, mas criar pássaros com todas as características desejadas é mais complicado, e estes normalmente são os vencedores em qualquer exposição. A identificação dos rasgos familiares de cada gloster é muito útil. Os rasgos familiares de certos pássaros produzem, por sua vez, glosters com determinadas características. Algumas famílias produzem consorts muito bons enquanto que outros dão melhores coronas. Outras famílias produzem glosters com bom tipo, e outras produzem pássaros curtos com uma excelente qualidade de plumagem. É importante ter conhecimento destes traços familiares de cada família para usá-los em nosso benefício. De uma forma simples, um o pássaro de uma família que produz jovens com bom tipo poderia ser acasalado com um de uma família que produz boas coroas, com a esperança de que uma parte dos jovens tenham uma boa coroa e tipo.

 


     Partindo deste pensamento, conseguiremos chegar um pouco mais longe. Um gloster com boa corona, que procede de uma família que dá pássaros com bom tipo, poderia ser acasalado com um pássaro com bom tipo, que por sua vez procede de uma família que dá gloster com boas coronas. Estas linhas de pensamento podem melhorar a possibilidade de produzir glosters de qualidade necessária para qualquer exposição. É evidente que esta linha de pensamento torna-se mais complexa à medida que se considerarem mais factores. Outra possibilidade, é acasalar em várias ocasiões pássaros que produzem determinadas características desejáveis com outros pássaros que também ofereçam as mesmas características. Deste modo aumentará a qualidade da característica desejada que procuramos. Os cruzamentos repetidos de nevado x nevado pode originar pássaros com bom tipo, mas a estrutura da pena pode tornar-se demasiado larga, Grossa, conduzindo mais tarde ao aparecimento de quistos nas penas. É prática comum nos criadores de Norwich acasalar nevado x intenso para controlar os problemas de plumagem mencionados anteriormente.

 

 

     Os criadores de glosters continuam utilizando os cruzamentos nevado x nevado, com a introdução de um intenso na 4º geração. Portanto, é absolutamente importante a presença de intensos com boa qualidade de plumagem, principalmente para manter a qualidade da plumagem no nosso canaril. Alguns criadores de glosters utilizam os intensos de qualidade para acasala-los com os seus melhores nevados, para manter a qualidade da plumagem em anos posteriores. É necessário reconhecer as variações na estrutura da plumagem, acasalando pássaros com características de plumagens opostas. Por exemplo, plumagem curta x plumagem longa, plumagem levemente estreita x plumagem levemente larga, com o objectivo de produzir pássaros nivelados.

 

 

     O acasalamento de plumagens dura longa x dura longa é propensa a originar quistos, enquanto que plumagem suave longa x suave longa é susceptível que nos dê pássaros com bigodes debaixo dos olhos e penas levantadas debaixo da parte posterior do pescoço. Dentro deste plano de criação, temos ainda que ter em conta a variedade de cores que queremos introduzir: 3 partes escuras, variegados, azul, amarelos, um ou outro canela e fawns. A produção de algumas destas cores necessita de certa planificação prévia. canela macho x verde produz em teoria 25% de fêmeas canelas, introduzindo um azul há 12,5% de probabilidade de produzir fawns. É muito importante a presença dos canelas uma vez que possuem boa profundidade de cor e bom tipo.

 

 

     Da mesma forma que foi explicado que é importante acasalar pássaros com determinadas características para potencia-las, é extremamente importante que evitemos acasalar aves que tenham os mesmos defeitos, pois estes também se acentuarão.
 

 

 

 

                                                    PLUMAGEM    

 

 

     Deve-se ter em conta a plumagem do glosters na hora do acasalamento?

 

 

     O GLOSTER:  por Jean-Pierre DAVIGNON

 

     Preferencialmente tenho em conta a forma da ave antes de pensar na qualidade da plumagem.

 

     Tento seleccionar aves do mesmo tipo, do mesmo tamanho, com uma nuca larga e uma corona abundante grande e bem posicionada. Não baseio os meus cruzamentos na plumagem, mas sim na vitalidade e forma das aves.

 

     No caso de estar a trabalhar com intensivos, sou contra o cruzamento intensivo x verde, prefiro a redondez dos intensivos com fundo amarelo, cor que produz bons pássaros de fundo claro. Na hora de acasalar tenho em conta os intensivos e os azuis que dão mais forma.

 

     Formo os meus casais em função do amarelo intensivo e do azul que da mais forma.

 

     Acasalo depois as aves azuis intensivas com os verdes e os canelas. Assim consigo obter aves mais compactas que são a base do meu sucesso. Assim como me da também aves ricas em cor que me ajudam contra a falta de cor nas remiges secundárias.

 

     Utilizo ainda os cruzamentos azul /branco x azul, mas nunca intenso x intenso.

 

     Em alguns casos sou a favor do acasalamento amarelo x azul.

 

 

 

                                                   CARACTERÍSTICAS E COMBINAÇÕES DA PLUMAGEM NO GLOSTER

 

 
Como prometido é devido fica aqui um artigo sobre características e combinações de plumagens no gloster. Espero que seja útil. Extraído do livro “The Gloster Fancy Canary" by Nick Barret.
 
 
                           A importância da plumagem.
 

     Uma das razões mais frequentes para falhar o objetivo de criar uma boa linha de canários é a qualidade da plumagem. De forma a que o criador possa traçar como objetivo o de constituir uma boa linha e com a plumagem adequada é necessário que este compreenda e estude os tipos de penas existentes. A criação de glosters não é exceção a esta regra. Também a criação de canários Gloster deve respeitar este princípio e o facto de a maioria dos glosters existentes ser do tipo buff feather (tipo nevado com plumagem larga) não significa que não possam e não devam ser usados pássaros com penas do tipo yellow (pela intensa, apertada e sedosa).

Mas o que significam os termos buff feather e yellow feather?
 
 

 

Yellow feather

 

     Um canário de cor amarela não é obrigatoriamente um canário que possa ter a designação de Yellow Feather. Este termo que passaremos a designar por amarelo intensivo, é atribuído à plumagem fina, apertada, firme e de tom amarelo esverdeado intenso.

 

     O fato de este tipo de pena ser apertada não significa que é maior do que outros tipos de pena. Possui sim brilho e cor natural que se estende até aos extremos das penas. A qualidade da plumagem de "bons amarelos" deve ser de uma aparência sedosa, como que se a plumagem formasse uma unidade única e não um conjunto de penas individuais.

 

     Este tipo de plumagem pode ser criada em qualquer raça de canários independentemente da sua cor e marcações, sendo presente em apenas um dos reprodutores.

 

     Devido à plumagem fina e apertada, os canários deste tipo podem perder em porte quando comparados com canários com pena buff. Esta é uma das razões pela qual os canários desta categoria não são muito usados em exposições mas devem ser usados nas criações para manter a qualidade da plumagem. A utilização desta característica num acasalamento com uma ave de tipo buff não produz necessariamente jovens com falta de "corpo" e postura/porte.

    

     No entanto, o criador deve ter em atenção de que nem todos os canários yellow feather tem uma plumagem de excelente qualidade. Muitas vezes e como última tentativa para salvar uma linha de canários de má plumagem, resultante de consecutivos acasalamentos de pássaros tipo buff, acasala-se com uma pássaro tipo yellow. Ora, as crias resultantes deste acasalamento, mesmo que yellow, têm nos seus genes as características indesejadas da linha de um dos seus país. Sendo que estas crias também não irão servir com bons resultados nas criações que se seguirem.

 

     Pelo menos de três em três gerações deve-se utilizar um canário com este tipo de pena para não perder a qualidade da plumagem. Caso contrário começam a aparecer canários com quistos, problemas de plumagem, sem brilho, sem cor, etc...

 

     Os pássaros com este tipo de plumagem não são a solução para a cura dos quistos das penas, são sim uma possibilidade para não deixar que uma linha de canários seja arruinada por má plumagem e pelos quistos.

 

     Mas como poderá o criador saber qual será o bom yellow para utilizar na sua linha de canários?

 

 

                           A resposta poderá ser dada em duas partes:

 

     Deverá apenas adquirir este tipo de pássaros de criadores que conheçam bem este tipo de plumagem e que os utilizem nas suas linhas. Existem muitos criadores com o errado tipo de plumagem, mesmo que yellow.

 

     Qualquer pássaro yellow que tenha a cauda larga, em que nas penas não estejam juntas, firmes, apertadas, que tenha a plumagem fosca e que não corresponda as características apresentadas, não deve ser usado para criação.

 

 

Buff feather

 

     O tipo de pena normalmente descrito como buff ou "nevado" tende a ser uma pena mais "mole", suave e larga e não tem a textura e a "elegância" da plumagem intensiva. Devido à natureza macia da plumagem nevada, esta é mais delicada e mais facilmente estragada do que a plumagem intensiva. A cor, neste tipo de pena, não é tão intensa como a descrita no item anterior, nomeadamente na presença da pigmentação amarela que esta presente em todas as classes de canários Glosters com a excepção dos de fundo branco.

    

     Neste tipo de plumagem a cor amarela não se estende até aos extremos das penas, o que origina que estas tenham um aspecto um pouco mais fosco. No entanto, os canários que tenham uma boa plumagem, embora tipo buff, também devem ter uma plumagem sedosa, e é quando esta característica desaparece que os problemas começam a aparecer.

 

     Exemplos de canários com este tipo de plumagem (buff) podem surgir em qualquer raça de canários e independentemente da sua cor e características. Podem inclusivamente surgir do acasalamento de dois canários tipo yellow. Esta situação pode ocorrer visto que os canários tipo yellow possuem nas suas características genéticas os factores responsáveis por produzir o factor buff. A situação contrária nunca pode acontecer devido ao factor yellow ou intensivo ser dominante, isto é um casal de canários tipo Buff nunca produzirá um canário tipo yellow.

 

     Os canários tipo buff, devido à sua plumagem mais suave e larga, possuem uma aparência mais característica dos Glosters, i.e., definem de melhor forma o porte do canário. Esta situação origina que a grande maioria dos glosters a concurso sejam do tipo buff, assim como a grande maioria dos canaricultores possui apenas canários deste tipo.

 

     O acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de yellow x buff, dá origem a canários double buffing sendo que esta pratica é aceitável e está na origem da criação de uma boa linha de glosters.

  

     Os acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de Buff x buff, é mais do que double buffing e deve ser feito com precaução, devendo ser tido em conta o pedigree dos canários. A continua utilização da técnica buff x buff sem a introdução do factor yellow pode arruinar uma linha de glosters. Sendo que os principais problemas devido à demasiada suavidade e "moleza" das penas é o aparecimento de quistos, problemas nas asas e na cauda ao nível da qualidade da plumagem.

 

 
 
                          Outros fatores importantes.
 
 

     Para além do facto de os canários terem plumagem do tipo yellow ou buff , existem outros factores que podem afectar a textura ou a qualidade da plumagem.

 

     Plumagens variegadas ou matizadas com diversas cores, em que todos os pigmentos tenham sido removidos exceto o amarelo tendem a ter uma textura muito suave do que as penas que não tenham esta característica. Assim os passarinhos que sejam variegados claros tendem a ter a plumagem excessivamente suave. A mutação cinnamon ou canela também sofre deste tipo de problema, no entanto, as suas penas tendem a ser bem mais finas do que o normal. Apesar desta finura das penas a mutação canela não possui a mesma rigidez que as penas de um yellow.

 

     A primeira preocupação para o início de uma boa linha de glosters deverá ser o estabelecimento de um núcleo forte de bons glosters verdes ou com 3 partes verdes escuras e intensivos amarelo esverdeados (yellow). Os verdes buff ou nevados devem ser o mais próximo possível do Standard e os intensos devem ter uma boa cor e boa plumagem e se possível curtos e redondos.

 

     É importante que o criador saiba que poderá acasalar um buff ou nevado verde com qualquer outro tipo de pássaro, canela, branco, cinza, azul, variegado, intenso. No entanto, qualquer um destes só deverá ser acasalado com um verde buff.

 

     Os verdes buff criados a partir de yellows e buffs estão associados a boas características e podem ser acasalados com qualquer buff. As crias resultantes deste acasalamento são buffs e se mantiverem boa plumagem e cor podem acasaladas com outros buff de boa qualidade por mais uma geração. Agora nesta geração as crias devem ser acasaladas com buffs resultantes de casais buff x yellow, ou se forem canários verdes variegados directamente com intensivos amarelo esverdeados(yellow).

 

     A escolha dos casais para a criação não é escolha fácil pois não deve restringir-se apenas ao aspecto e à beleza das aves mas principalmente ao fator genético.

    

     Todas estas considerações devem ser tidas em contas, assim como também é muito mais fácil controlar a boa qualidade da plumagem nos canários mais escuros do que nos mais claros como os variegados. Desta forma, a escolha dos casais para a época de criação deve respeitar estas regras e tentar compensar os vários fatores em questão.

 

 

 

 

 

                           QUALIDADE DA PLUMAGEM

 

 
     A plumagem é sem dúvida um dos assuntos mais importantes na criação de glosters. Quem entender e souber trabalhar este fator estará um passo a frente daqueles que não dão importância a este assunto.
 

     Este artigo tenta explicar como trabalhar este fator…


     Em termos gerais existem dois tipos de pena: o suave, geralmente largo e arredondada na forma; e o duro, forte e estreito.
 
   
     Normalmente, isto poderia se enquadrar respetivamente nas seguintes categorias de cores: o nevado e o intenso, no entanto nem sempre é assim que acontece.
 
 
     Existem bastantes intensos que possuem uma plumagem esponjosa e vice-versa, muitos nevados com a plumagem muita estreita.
 

     A profundidade de cor geralmente segue a mesma teoria. Nos nevados, com uma coloração mais baça, muitas vezes com falta de cor, e os intensos com plumagem apertada possuem uma profundidade real em cor. Mais uma vez isto é uma regra geral e as regras gerais existem para serem contrariadas.
 
 
 
     Para o objetivo deste exercício são admitidas 6 categorias de plumagem ordenadas gradualmente a partir da plumagem mais suave até à plumagem mais dura.
 

 


     As aves que se enquadram nas categorias extremas, 1 e 6 são geralmente difíceis de acasalar. A ave de plumagem suave (categoria 1) geralmente aparenta ser grande e forte, no entanto o tamanho do seu corpo continua a ser pequeno. O excesso de plumagem confere-lhe uma falsa aparência.
 

     A ave com plumagem muito dura e apertada aparenta grande e estreita. Também parece pequeno. Portanto, estes dois pássaros terão falta de TIPO.
 
    
     No entanto, é possível que a forma e o carácter da plumagem ocultem uma boa forma do corpo. Se tiverem sorte, podem acasalar 1 com 6 e produzir jovens com boa plumagem. Mas atenção, se usarem estes jovens na época seguinte, os jovens resultantes podem-nos levar a um retrocesso na qualidade da plumagem em direcção aos seus antecedentes (avô, avó).
 
 
     É preferível abdicar destes exemplares extremos e concentrarmo-nos no desenvolvimento de uma linha de plumagens de qualidades similares.
 

     A perfeição da plumagem normalmente recai nas categorias 3 e 4, mas os pássaaros que possuem plumagens nas categorias 2 e 5 podem servir-nos, sempre que não tenham outros defeitos evidentes. Nas categorias 3 e 4, evitar-se-á a dureza da plumagem de uma categoria 6 assim como a suavidade da categoria 1.
 
 
     Portanto teremos um pássaro cujo contorno, silhueta, o perfil será liso com uma relativa rigidez e suavidade.
 

     Os melhores nevados caíram geralmente na categoria 3 e os melhores intensos na categoria 4… mas isto nem sempre assim acontece podendo ocorrerem coincidências em ambas as direcções. Por exemplo, um nevado com plumagem dura pode cair na categoria 4. Neste caso, unicamente tendo em conta a qualidade da plumagem, será válido acasalar este pássaro a outro nevado, provavelmente da categoria 3 ou até da categoria 2. Se o acasalarmos a um intenso do grupo 5 ou 6 é quase certo que produzirá pássaros com plumagem dura, no entanto pode ser correcto acasalá-lo a um intenso pertencente à sua própria categoria 4.
 

     Alerto que esta teoria apenas diz respeito à qualidade da plumagem e cor. Em cada cánario, o tipo é o primeiro critério e a exigência principal. Esta teoria em relação à qualidade da plumagem aplica-se também às cores ditas “não normais” como canela e fundo branco.
 
 
     Todas estas cores podem dividir-se em intensos e nevados e podem dividir-se em vários grupos de qualidade de plumagem.