Dicas

 

                                                   COMO MELHORAR OS NOSSOS GLOSTERS -  por KEVIN GALVIN

 

 

                           PRIMEIRA ETAPA

 

     Para iniciar, sou da opinião que se deve seleccionar dois criadores que tenham alguns anos de experiência e um palmares regular nos seus resultados nas principais exposições de Glosters. Quando se tiver decidido em relação aos criadores, tente, se possível, obter quatro casais de Glosters de cada um dos criadores.

 

     Ao iniciar com 16 aves, deverá realizar uma selecção das diferentes cores e tipos de plumagens.

 

     O que eu proponho é:

Um intenso verde, fêmea se possível

Um azul completo ou branco variegado

Uma femea canela

 

     O resto do plantel será completo por 50% de verdes e 50% de variegados.

 

     Duas razões para fazer esta seleção:

 

     A primeira é o fato de nos permitir a oportunidade de acasalar todas as diferentes variadades de cores do canário gloster (à exceção do grizzles).

 

     Este fato dá-nos a hipótese de expor aves na maior parte das classes. Quanto maior o número de classes em que participarmos, maior a probabilidade de conseguir algum prémio, e assim ganhar algum prestígio no mundo dos glosters.

 

     A segunda razão, a mais importante na minha opinião, é a possibilidade de obter diferentes tipos de plumagens, para alcançar o standart através do acasalamento destes.

 

     Acasalamentos para o primeiro ano:

Uma fêmea canela com um macho verde ou ¾ verde

Um azul ou azul variegado com um verde ou ¾ verde

Uma fêmea intensiva verde com um ¾ verde ou um variegado com bom volume

Os restante cinco casais serão compostos por verdes ou ¾ verdes com variegados

 

 

                           SEGUNDA ETAPA

 

     É importante trabalhar com estes canários durante quatro a cinco anos, com uma selecção rigorosa, tentando eliminar progressivamente os defeitos. Conservar apenas as aves muito boas para dar continuidade a nossa linha.

 

     É importante conservar um registo estrito das nossas aves, sobretudo se optarmos por não recorrer a aves de outros criadores e queremos formar a nossa própria linha de glosters.

 

     Nos nossos registos de criações, devem estar identificadas claramente as aves canelas e os machos portadores de canela. Mais uma vez, no caso de pouca experiência, não ter medo de pedir conselhos aos mais experientes.

 

     Com os canelas, azuis e intensivos, é aconselhável conservar sempre aves suplentes com as mesmas qualidades no caso de algum deles se recusar a acasalar.

   

     Esta prática é muitas vezes preferível do que recorrer a uma outra ave proveniente de outro canaril podendo ser prejudicial à nossa linhagem.

 

     Também por isso é de boa prática quando se vendem aves do nosso canaril conservar os nomes dos criadores que os compram, eles poderão ser-nos úteis no caso de ser necessária uma substituição no nosso plantel.

 

     Deverá conservar-se para as nossas criações um mínimo de 16 fêmeas, se possível mais. É importante conservar as diferentes cores e tipos de plumagem. Com menos de 16 fêmeas, é quase impossível de expor glosters no TOP ano após ano.

 

     Se tudo correr bem, após cinco anos teremos a nossa própria linha de aves, todas com proximidade genética. Nesta etapa é importante conservar três intensivos verdes ou ligeiramente variegados, e acasalar dois no mínimo. Em geral, é importante ter mais do que 16 fêmeas, e cerca 13 machos, entre eles dois azuis, um canela visual e um macho portador de canela.

 

 

                             TERCEIRA ETAPA

 

     No caso de se possuir uma boa linha de glosters, mas que ainda não ganhou uma exposição, é aconselhável começar na terceira etapa.

 

     Chegada a altura das exposições, se tudo correr bem, começam a surgir os resultados. No caso de vencermos algum prêmio será uma prova do trabalho realizado, sobretudo se forem aves descendentes do nosso próprio canaril, fruto das nossas seleções, do nosso trabalho. Caso contrário, deve ser-se honesto e humilde, aceitar os defeitos ou falhas que são apontados aos nossos pássaros.

 

     Sempre que se achar  necessário é muito bom pedir ajuda ou conselhos a outros criadores campeões. Depois de identificadas as falhas e os aspectos a corrigir, será então altura de procurar sangue novo para tentar rectificar os defeitos da nossa linha de aves. Será necessário um macho de excelentes características em falta no nosso plantel.

 

     O melhor será recorrer ao criador que nos forneceu as nossas primeiras aves. Outra alternativa, é recorrer a criadores que possuam uma linha de aves muito semelhante à nossa. Uma vez encontrado o macho ideal a próxima etapa é acasala-lo com duas fêmeas. Inicia-se assim uma nova família. Os filhotes provenientes desses cruzamentos deverão mostrar qualidades erradicando ao mesmo tempo os defeitos. Caso contrário, devemos desfazer-nos do macho e dos filhos. No ano seguinte procurar um novo macho e voltar a repetir o mesmo procedimento.

 

     Quando estivermos satisfeitos com o resultado, com alguns, ou mesmo todos os pássaros desta nova família, poderemos introduzi-los gradualmente na nossa própria linha. No caso de novas falhas virem a aparecer devemos de estar preparados para uma árdua tarefa de vários anos.